fruto

foto de David Dubnitskiy


A mão é o fruto delicado do teu corpo. Uma promessa de amparo e a expectativa do abrigo. Dedilhando afectos ou retorcendo agruras. A mesma mão que serenamente semeia e colhe a idade dos infantes. Monda o pão dos desejos. Sacode a hesitação dos maus amantes, segura a flor dos ousados. E o resto do corpo, servil e humilde, dá-lhe o mote desenfreado das íntimas explorações. É onde estou, é onde me vais buscar sempre que a mão enfim amadurece, deitada sobre o crepúsculo do êxtase. Como a mão é o fruto, grávido das suculentas investidas de tudo o que és!

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