poema para a miúda com a chave
Janina Steiner, fotografiia de Laura Zalenga |
dedicado a Ana Cristina Chaves
Onde está a graça?
Fecundada nos teus lábios murmurados
de mosto e álcool enquanto
a noite se avoluma rendida em corcel
alimentada à luz de ti
(por que a noite nascida em teus olhos
não conhece penumbra)
Dizem que é atitude de riso fácil,
que de tontarias vai sendo feito…
Dizem assim escarninhos
(os cegos – como eu e tantos )
aqueles que preferem
aqueles que preferem
permanecer incrédulos dessa habilidade
de carpir uma alma tão limpa e clara
que faz tremer de inveja
os mais puros cristais
jazidos em profundezas de admirar
Onde é o humor?
Lascivo e cândido como quem leva
o próprio corpo
num altar celebrado por rebeldia
cuja sede e fome, sangue e carne
tão bem amplia
a força de quem sabe
como sobreviver
Ah!, e dizem conhecer-te o lema
para depois escarnecer
de tão embriagados que estão dessa outra
coisa qualquer que nem alimenta suspiros
nem espanta as sombras
Podia eu ser
(se não receasse a loucura
de carpir uma alma tão limpa e clara
que faz tremer de inveja
os mais puros cristais
jazidos em profundezas de admirar
Onde é o humor?
Lascivo e cândido como quem leva
o próprio corpo
num altar celebrado por rebeldia
cuja sede e fome, sangue e carne
tão bem amplia
a força de quem sabe
como sobreviver
Ah!, e dizem conhecer-te o lema
para depois escarnecer
de tão embriagados que estão dessa outra
coisa qualquer que nem alimenta suspiros
nem espanta as sombras
Podia eu ser
(se não receasse a loucura
e a inocência
e a espuma e o ar e todos
os raios que me partam)
o cavalo imponente que montarias
levando-te aos cumes do mundo
dando a conhecer-te em todas as
latitudes humanas
Podia ser eu sim
- se tivesse eu a mesma gana,
e essa graça,
e esse humor.
os raios que me partam)
o cavalo imponente que montarias
levando-te aos cumes do mundo
dando a conhecer-te em todas as
latitudes humanas
Podia ser eu sim
- se tivesse eu a mesma gana,
e essa graça,
e esse humor.
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